“Para fazer uma casa, agarra-se num punhado de ar e segura-se com umas paredes.”- Aires Mateus.
Uma renovação de uma antiga adega em Setúbal, resultou no que considero um exemplo dos melhores possíveis em arquitectura, cujos os valores principais, são as grossas paredes já existentes no edifício, e o amplo espaço dado entre elas.
A dupla de arquitectos Aires Mateus parece fazer o impossível, dando ás paredes deste antigo armazém o enorme poder de agarrarem os volumes, (área privada da casa, quartos, casas de banho e escritórios…), de forma que fiquem completamente suspensos, parecendo possível desabarem, a qualquer momento, sobre o espaço público abaixo.
O acesso a estes “blocos flutuantes” dá-se por escadas laterais, que ficam embutidas sobre as paredes brancas irradiantes.
As antigas muralhas desta adega é o que dá a possibilidade da aproximação do antigo com o novo, uma “união paralela” e extremamente feliz, a meu ver, do espaço privado com o público.
As janelas do edifício dão a entrada da luz natural que é absorvida pelas aberturas nas paredes, e reflectida para o espaço interno que transmite luz aos "blocos flutuantes" criando sensaçoes de claro escuro fantásticas.
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